Diário de Illuria Morioka
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HOGWARTS
SETEMBRO, 2000
A Grã-Bretanha bruxa experimenta tempos de instabilidade política: Sionis Lestrange, o novo rosto da agenda supremacista, é amplamente cotado ao cargo de Ministro da Magia. No Castelo, rumores em torno de criptas amaldiçoadas povoam o imaginário dos estudantes, estes que, num amanhã próximo, optarão por agendas tradicionais ou reformistas. Passado e futuro convergem — aqui e agora.
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Íris Marchand ergueu a varinha em cumprimento.

Illuria Morioka
Sonserina
Moldura :
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Frase :
Chaque instant de la vie est un pas vers la mort.
Illuria Morioka
PROLÓGO
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



30 DE SETEMBRO DE 2000

Prezada Illuria,

Espero que esta mensagem a encontre em boa saúde e que seu pai não esteja lhe causando muitas dores de cabeça com suas intermináveis discussões políticas. Por favor, não se esqueça de alimentar Thanatos assim que chegar em nossa residência. Ele enfrentou longas jornadas pelos céus e merece seu cuidado.

Lamento informar que, devido a compromissos profissionais inadiáveis, não poderei acompanhá-la até a plataforma 9¾ para o início de seu ano letivo em Hogwarts. Confio plenamente que seu pai estará disponível para levá-la até lá, garantindo que esse contratempo não se torne um obstáculo.

Minha ausência física não diminui em nada meu apoio e confiança em você. Estou certa de que demonstrará sua habilidade e determinação em sua jornada na escola de magia. Além disso, espero que mantenha viva a tradição Morioka durante sua estada em Hogwarts, lembrando-se sempre de que a sabedoria é ancestral e que você é a guardiã do nosso legado, como seu pai tanto enfatiza.

Em outro contexto, a França se mostra em todo seu esplendor neste momento. O verão em Vichy revela uma paisagem exuberante, onde o verde se intensifica e a conexão com a natureza se faz mais presente, envolvendo os vulcões adormecidos que pontuam a cidade. Às margens do rio Allier, Vichy oferece uma profusão de spas e fontes termais, convidando a desfrutar de momentos revigorantes. Consigo imaginar você explorando as ruas históricas e os museus que enriquecem esta cidade.

Embora esteja bastante movimentado devido ao período de férias de verão, com um aumento significativo nos casos de afogamentos entre trouxas e bruxos, estou grata por finalmente ter conquistado a promoção e não precisar lidar diretamente com esses casos. Estamos dedicados ao desenvolvimento de uma poção para combater infecções respiratórias, um processo que demandará alguns meses. Pensei que seu pai já tivesse mencionado isso, mas parece que não. Como você pode imaginar, minhas relações com ele não estão nas melhores condições.

Esta carta não é para mim, é sobre você, a guardiã da chama Morioka. Ansiosa para Hogwarts? A criada me contou sobre o animal que escolheu levar, um gato. Sempre imaginei que optaria por uma coruja, seguindo nossa tradição em Hogwarts. Apesar de não concordar com a escolha de um animal de quatro patas que demanda mais cuidados, respeito sua decisão. Espero que esteja familiarizada com o título de portadora da chama Morioka, seus avós paternos a escolheram, e agora, que está mais velha, é provável que seus parentes a chamem assim. Eu, por minha parte, continuarei a lhe chamar de Illuria, como a nomeei quando veio ao mundo, pois não dou grande importância a esses títulos.

Por fim, preciso escrever esta carta rapidamente, pois o trabalho me chama. Esteja tranquila, pois estarei acompanhando seus passos de perto, e Thanatos estará sempre disponível para suas cartas em Hogwarts, caso precise. Minhas respostas podem demorar um pouco devido às minhas ocupações, mas farei o possível para responder rapidamente.

Desejo a você uma experiência proveitosa e enriquecedora em Hogwarts.

Atenciosamente,

Ruby.

Daedra Mayfair e Íris Marchand ergueram as varinhas em cumprimento.

Illuria Morioka
Sonserina
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Chaque instant de la vie est un pas vers la mort.
Illuria Morioka
KING'S CROSS STATION
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



01 DE SETEMBRO DE 2000


Enquanto famílias e estudantes se abraçavam e se despediam com lágrimas e sorrisos na plataforma 9¾, o chão vibrava sob o estrondo do trem prestes a partir.  Illuria, com sua mala de mão, mergulhava na multidão com olhos inquietos, buscando avidamente seu pai entre as centenas de vestes ao vento da King's Cross Station em Londres. Prometera estar ali, ao menos nos derradeiros minutos antes da partida. No entanto, à medida que os ponteiros do relógio se moviam lentamente, sua ansiedade cedia lugar a um vácuo crescente, um silêncio de ausência.

Illuria não nutria raiva, embora sentisse que deveria. Afinal, o sentimento de traição por depositar sua confiança nas promessas de seu pai e mãe, que asseguraram sua presença na plataforma para o derradeiro adeus, não conseguia sair de seu coração. Era a decepção que a invadia, e a inquietude ao perceber o sumiço repentino dele no momento mais crucial, o derradeiro instante em que compartilhariam a proximidade. Seus sentimentos se assemelhavam a uma névoa espessa, envolvendo-a em um labirinto de emoções enigmáticas. A sensação de desamparo entrelaçava-se com a tristeza e a incerteza em relação ao porvir. Interrogava-se se deveria abraçar tal confusão ou se era apenas fruto de sua pouca idade. Ainda não decifrava por completo o significado de todos aqueles sentimentos, mas existia uma dor difusa em seu âmago, uma angústia indescritível que a consumia silenciosamente.

Ao acompanhar os murmúrios e os últimos abraços pela janela do trem, Illuria afundou-se em um assento solitário, seu coração pesando sob a ausência paterna. A plataforma ainda se delineava à distância, enquanto seus olhos buscavam avidamente pela figura esperada. No entanto, à medida que o tempo se esvaía, a esperança desvanecia, cedendo espaço à desilusão e à solidão, como sombras noturnas envolvendo sua alma.

Quando o trem apitou e começou a se mover, Illuria ainda olhava para a plataforma, esperando. Mas já não tinha mais esperança. Com um suspiro pesado, ela recostou a cabeça no banco do trem, cerrando os olhos para conter as lágrimas que brotavam de uma mistura de raiva, ódio e vergonha. Lágrimas que denunciavam sua desilusão por acreditar, por um breve momento, que ele estaria ali. E lá no fundo, ela só queria que Hogwarts pudesse ser diferente. Que pudesse ser melhor do que isso.

Daedra Mayfair e Íris Marchand ergueram as varinhas em cumprimento.

Illuria Morioka
Sonserina
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Illuria Morioka
PRIMEIRO ANO - PARTE 1
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



PRIMEIRO DIA EM HOGWARTS


Ainda imersa em seu turbilhão de emoções, Illuria mal percebeu a presença dos gêmeos Marchand sentados no banco à sua frente no trem. Sua raiva não apenas obscureceu sua visão dos irmãos, mas também a impediu de ouvir quando eles a chamaram. Quando finalmente emergiu de sua névoa de indignação, Illuria deparou-se com os dois gêmeos elegantemente trajados, exibindo roupas de alta qualidade. Lucien dirigia um sorriso amigável a Illuria, enquanto Iris mantinha uma expressão neutra, porém com um olhar curioso.

A amizade foi selada quando Lucien retirou doces de chocolate de sua mala de couro e os distribuiu para as duas companheiras. Dali em diante, nomes foram trocados e histórias compartilhadas até que o trem finalmente parou e todos desembarcaram. Agora, Illuria partia sem o peso da raiva, apenas com sorrisos iluminando seu rosto.

Ao descer do trem, Illuria se juntou aos demais alunos que se dirigiam à entrada de Hogsmeade. A vastidão da floresta limitava o campo de visão de todos, enquanto as imponentes árvores cumpriam sua missão de obscurecer o horizonte. Na plataforma onde todos desembarcaram, uma velha senhora segurava uma tocha, instruindo os alunos a segui-la pelo caminho de pedra. Adentrando a floresta, após alguns minutos de caminhada, chegaram às margens do lago, onde os barcos os aguardavam.

Enquanto embarcavam nos botes, juntamente com os demais primeiranistas, Illuria foi tomada por uma visão deslumbrante. Hogwarts se erguia majestosa diante deles, em toda a sua glória. Nada a preparara para tamanha beleza que preenchia seus olhos naquele momento. Enquanto contemplava a imponente silhueta do castelo, a raiva que a consumira momentos antes parecia recuar, aguardando o momento oportuno para ressurgir. Hogwarts, para Illuria, era tão majestosa de perto quanto as histórias que ouvia nos jantares em família dos Morioka-Wright. Lembrava-se dos tempos amenos dessas reuniões, quando as discussões políticas ainda não haviam se infiltrado na família, e os mais jovens se acomodavam nos colos dos contadores de histórias.

Quando todos os alunos foram reunidos e conduzidos ao Grande Salão de Hogwarts, Illuria se maravilhou com a grandiosidade do local. As velas flutuando no teto emitiam uma luz suave e dourada, criando uma atmosfera acolhedora e mágica. As altas janelas de vidro, adornadas com vitrais coloridos, refletiam o céu estrelado lá fora, como se convidassem o firmamento para dentro do salão. O brilho mágico dos candelabros fazia com que o Salão Comunal parecesse um céu noturno em si mesmo, iluminando os rostos dos alunos com uma luz quente e reconfortante. Entre murmúrios de excitação e sorrisos de admiração, Illuria sentiu-se parte de algo verdadeiramente extraordinário.

Durante a seleção dos primeiranistas, Illuria sentiu um misto de emoções ao ser escolhida para a Sonserina, a casa de sua avó por parte de mãe, os Wright. Satisfeita consigo mesma, ela se acomodou à mesa da Sonserina e desfrutou das guloseimas que apareceram magicamente diante dela, sentindo o calor acolhedor do ambiente contrastar com o frio das masmorras que ela ainda estava ansiosa para explorar. Após o jantar, acompanhada por um terceiranista, explorou mais do castelo, deslumbrando-se com os corredores adornados com tapeçarias antigas e retratos falantes. O frio úmido das masmorras a fez arrepiar, mas também a deixou ainda mais curiosa para descobrir seus segredos ocultos.

No Salão Comunal da Sonserina, um ambiente aconchegante e ao mesmo tempo misterioso, as paredes de pedra revelavam séculos de história gravados em cada rachadura. As tochas bruxuleantes iluminavam os recessos sombrios, lançando sombras dançantes sobre os retratos das antigas bruxas e bruxos da Sonserina que adornavam as paredes. O ambiente exalava um ar de grandeza e poder, refletindo a herança da casa das serpentes. Por entre os pilares de pedra, as imensas janelas revelavam um vislumbre do lago negro e sinuoso que circundava o castelo, suas águas profundas e misteriosas aguçando a imaginação dos alunos.

Ainda repleta de energia, Illuria estendeu uma mão amiga para auxiliar um colega da Grifinória a encontrar o caminho até a enfermaria, dedicando-se a cuidar de seus ferimentos com toda a atenção e delicadeza necessárias. O retorno às masmorras trouxe um encontro inesperado com os gêmeos Marchand, Lucien e Iris, que ainda não haviam tido a oportunidade de explorar o sombrio labirinto de corredores. Decidida a compartilhar sua empolgação com eles, Illuria os convidou para uma excursão pelas profundezas do castelo. No trajeto, seus passos os levaram ao encontro dos gêmeos Mayfair, ampliando ainda mais o grupo de exploradores curiosos.

Descendo pelas escadas esculpidas na pedra, o grupo adentrou um mundo subterrâneo onde o eco de seus passos reverberava nas paredes úmidas das masmorras. À luz fraca das tochas, as sombras dançavam em um balé silencioso, revelando apenas indícios dos segredos que ali residiam. Apesar da atmosfera enigmática, o entusiasmo em desvendar os mistérios de Hogwarts os impelia para frente, como a chama que ilumina o caminho na escuridão. Assim, compartilhando sorrisos e conversas animadas, o grupo alcançou o Salão Comunal da Sonserina, uma extensão do mundo subterrâneo, onde a luz das velas refletia nas paredes de pedra, criando uma atmosfera acolhedora e misteriosa ao mesmo tempo. Ali, entre os aconchegantes sofás e os quadros que cochichavam entre si, eles se entregaram às histórias e às risadas, encantados com a magia e os segredos que a escola tinha a oferecer. Era o início de uma jornada repleta de descobertas e aventuras, onde o conhecimento e a amizade se entrelaçavam em uma dança eterna.



Última edição por Illuria Morioka em 2/21/2024, 01:38, editado 2 vez(es)

Daedra Mayfair, Lucien Marchand e Íris Marchand ergueram as varinhas em cumprimento.

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PRIMEIRO ANO - PARTE 2
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



CARTA PARA RUBY - AULA DE FEITIÇOS


Prezada Ruby,

Espero que estejas bem. Como vai a França? Suponho que esteja começando a esfriar por aí, afinal, outubro costuma trazer essa mudança de clima. Aqui, em Hogwarts, já estou testemunhando as folhas amarelando e começando a cair, o que me levou a começar a usar o cachecol da Sonserina.

Queria compartilhar contigo algo marcante que aconteceu durante minha última aula de Feitiços em Hogwarts.

Consegui realizar meu primeiro feitiço oficial, o Lumos, mesmo que tenha durado apenas alguns segundos. A luz foi intensa, mas a realização valeu a tentativa. Confesso que achei Lumos mais difícil do que imaginava. O professor parecia bem animado com a disciplina, mas sua explicação sobre a subjetividade do feitiço me deixou confuso. Ele dedicou bastante tempo discorrendo sobre a importância dos pensamentos iluminados durante a prática do feitiço. Confesso que, inicialmente, não compreendi plenamente o conceito, mas decidi consultar outros colegas sobre suas experiências durante a conjuração do feitiço. As respostas variaram consideravelmente: alguns evocaram a imagem da chama de uma tocha, enquanto outros visualizaram o brilho dos vagalumes na escuridão da noite.

Entretanto, minha mente divagou por um caminho diferente, algo que creio que você compreenderá: imaginei o clarão de um relâmpago cortando o céu durante uma tempestade, brevemente iluminando a paisagem além da janela de nossa casa em Londres. Foi reconfortante evocar algo tão familiar em meio às novas experiências. Como mencionei, foi apenas um lampejo por alguns segundos, mas achei importante compartilhar que fui capaz de realizá-lo.

Não desejo prolongar-me demasiado, pois não sei se tem disponibilidade para ler e responder. No entanto, se possível, gostaria que me enviasse mais cartas. Tenho o hábito de lê-las após minhas aulas, à noite, no dormitório da Sonserina. Cada vez que leio, imagino sua voz, mãe, ecoando em minha mente.

Enfim, espero que possamos compartilhar mais experiências em breve.

Com muitos abraços e chocolates,

Illuria.

Daedra Mayfair e Íris Marchand ergueram as varinhas em cumprimento.

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PRIMEIRO ANO - PARTE 3
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



AULA DE POÇÕES


As masmorras já não causavam mais apreensão em Illuria, embora o frio ainda conseguisse se infiltrar por entre as dobras de suas vestes da Sonserina. As aulas de poções da professora Bishopp eram comentadas pelos terceiranistas e outros veteranos com uma mistura singular de ansiedade e empolgação, a garota notava. A professora, conhecida por sua rigidez e exigência, tinha uma abordagem característica ao transmitir o conteúdo, e Illuria mal podia esperar para ter aulas com ela, especialmente em sua matéria favorita.

Ao adentrar a sala e se juntar a outros colegas da Sonserina, como Sybilla Mayfair e Clemensia Bellehurst, em torno de uma grande mesa repleta de instrumentos de poções, como as bisnagas de alumínio, o caldeirão de estanho e o pilão, Illuria animadamente iniciou uma conversa sobre qual tipo de poção os alunos fariam naquele dia. No entanto, o entusiasmo inicial de Illuria logo cedeu lugar à apreensão quando se deparou com a expressão séria e rígida da professora. Aos poucos, ela começou a se encolher na cadeira, sentindo-se cada vez mais insegura. Mesmo quando tentava levantar os braços para responder às perguntas da professora, esta parecia ignorá-la completamente, o que só aumentava sua vergonha por ter tentado participar. "Talvez hoje não seja o melhor dia", pensou consigo mesma, resignada com a situação.

Com as instruções da professora em mãos, os alunos se lançaram à tarefa de criar a pasta para curar hematomas, uma habilidade essencial para reduzir escoriações e pequenos machucados. Seguindo meticulosamente a receita fornecida, o trio revelou sua destreza com poções, vestindo as luvas e preparando os ingredientes necessários, como o Ditamno, para iniciar a confecção da pasta.

Enquanto a professora circulava entre as mesas, inspecionando as poções com minuciosidade, as mãos habilidosas de Clemensia agitavam o caldeirão de acordo com as instruções, enquanto Sybilla lia em voz alta as anotações da professora, acrescentando algumas observações em seu próprio grimório. Enquanto isso, Illuria concentrava-se em preparar as bisnagas de alumínio, separando três para cada uma das colegas sentadas à mesa. O ambiente estava impregnado com a aura de concentração e colaboração, cada aluno contribuindo com sua habilidade única para o sucesso da tarefa.

Após moldarem a pasta com maestria e preencherem as bisnagas de alumínio com a essência curativa, a figura austera da professora Bishopp se aproximou da mesa das garotas como um monumento de rigor e disciplina. Seus olhos, profundos poços de conhecimento, examinaram meticulosamente cada detalhe da poção criada pelas jovens alunas. Seu silêncio, mais eloquente que qualquer palavra, ecoava pela sala de aula, transmitindo sua análise crítica e exigente. Entretanto, ao final do exame minucioso, sua voz ressoou como um trovão distante, pronunciando palavras de aprovação que ecoaram nas paredes frias do caldeirão, reconhecendo a habilidade e o esforço das jovens aprendizes.

Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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Illuria Morioka
PRIMEIRO ANO - PARTE 4
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



AULAS DE VOO


Ao amanhecer, Illuria e os demais primeiranistas dirigiram-se ao campo de voo, iniciando sua atividade do dia. O campo estava impregnado pelas primeiras luzes do dia, tornando o ambiente ainda mais mágico. A grama úmida brilhava sob os raios matinais, enquanto as sombras das árvores dançavam suavemente no chão. Uma brisa fresca acariciava os rostos dos alunos, trazendo o revigorante aroma da terra molhada e das folhas.

Ao adentrar o campo, Illuria foi invadida por uma mistura de emoções, excitada com a perspectiva de voar, mas também nervosa diante das alturas. Posicionou-se entre os irmãos Mayfair, buscando segurança ao lado deles e disfarçando seu nervosismo. Logo em seguida, o professor de Voo chegou, sua figura imponente e experiente enchendo o campo de autoridade. Com uma voz firme e envolvente, ele introduziu os princípios básicos de voar em uma vassoura, envolvendo os alunos com histórias fascinantes sobre a origem desse esporte ancestral, transportando-os para tempos antigos de aventura e liberdade nos céus.

Após a parte teórica, os primeiranistas partiram para a prática, ansiosos para aplicar o que aprenderam. Illuria, determinada a superar suas inseguranças, seguiu as instruções do professor com atenção. Porém, durante os exercícios iniciais, sentiu uma pequena dor nas panturrilhas, mostrando que ainda tinha muito a aprender. Mais tarde, quando os alunos foram instruídos a chamar suas vassouras, a de Illuria agiu de forma inusitada, pulando com força e causando uma leve dor em sua mão esquerda.

Illuria, ainda mais insegura sobre sua capacidade de equilibrar-se na vassoura, endireitou-se sobre ela com as mãos úmidas de suor. Ao passar a perna sobre a vassoura, o suor começou a escorrer pelas suas têmporas. Respirando fundo ao escutar o comando firme do professor, Illuria impulsionou o corpo para cima, sentindo seus pés deixarem gradualmente o chão. Seus olhos se fecharam automaticamente em uma prece silenciosa aos céus, enquanto o professor, concentrado em instruir os alunos, permanecia alheio ao desconforto enfrentado pela garota.

Illuria, apesar dos ventos, continuava suando, com rosto e mãos cobertos de gotas de suor. Quando o professor ordenou o retorno ao solo, ela desceu, buscando recuperar o fôlego enquanto se sentava na grama. Uma promessa silenciosa ecoava em sua mente:

- Jamais voltarei a montar numa vassoura enquanto viver!

Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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PRIMEIRO ANO - FINAL
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



DESAFIOS NO PRIMEIRO ANO


O desfecho do primeiro ano se aproximou com uma velocidade surpreendente, ponderou Illuria. Após os tumultuados eventos do Dia das Bruxas e os intrigantes acontecimentos na Floresta Proibida - dos quais ela chegara tarde demais para testemunhar diretamente, conseguindo apenas auxiliar Lucien Marchand a chegar à enfermaria antes de ouvir as versões de seus amigos e os sussurros sobre o pronunciamento da diretora - Illuria prosseguiu suas jornadas em Hogwarts. Enquanto os dias se encurtavam e o frio do inverno se insinuava, ela encontrava refúgio nas aulas, na biblioteca e no aconchego do Salão Comunal da Sonserina, onde a chama da lareira desafiava a crescente frieza das paredes de pedra.

Foi durante suas explorações na biblioteca que Illuria começou a dominar com perfeição o feitiço Lumos, além de outros encantamentos mais complexos que descobriu em um antigo livro deixado por alunos mais experientes, intitulado "O Livro Completo de Feitiços". Entre eles estavam Lumos Solem, Nox e, por fim, o desafiador Specialis Revelio, cuja execução lhe trouxe não apenas desafios, mas também dores de cabeça. Mesmo assim, ela persistiu, enfrentando tentativas frustradas que resultaram em revelações apenas parciais e momentâneas.

Com dezembro veio a neve. Embora Illuria estivesse acostumada com a chuva constante e nevascas raras em seu lar em Londres, Hogwarts apresentou-lhe um cenário diferente. Certa noite, ao acordar, encontrou a escola envolta em um manto branco de neve. Os cachecóis, luvas e botas foram resgatados dos baús de roupas, oficializando o início da temporada de inverno na escola. Com feitiços para aquecer o ambiente e lareiras crepitantes, as decorações festivas começaram a surgir, anunciando o encerramento do ano letivo e a chegada das tão esperadas férias de inverno.

Illuria recebeu uma carta de sua mãe um dia antes do esperado término do semestre, confirmando a presença dela na busca pela Plataforma Nove e Meia de King's Cross. E assim aconteceu. Contudo, as férias de inverno da garota foram marcadas por estranhezas. Desde o incidente com lobisomens durante a festa de Halloween em Hogwarts, seu pai parecia mais envolvido com a política mágica e sua possível eleição para um cargo no Ministério da Magia. Enquanto isso, a mãe de Illuria passava os dias de chuva olhando melancolicamente pela janela. Illuria pressentia que algo estava errado, e a raiva que antes estava adormecida ressurgia em suas veias. Ela esperava ansiosamente pela reunião familiar após meses separados, mas quando finalmente aconteceu, suas expectativas foram frustradas por ambos os pais. Talvez tivesse sido melhor não voltar para casa naquelas férias.

Por fim, os meses restantes passaram da mesma maneira. A neve se instiguiu e logo as flores começaram a florescer novamente, e quando Illuria percebeu, o primeiro ano se foi. Na estação de trem, a agitação era palpável, com estudantes se despedindo, abraçando e trocando promessas de manter contato durante as férias.

Ao entrar na cabine do trem, Illuria encontrou os gêmeos Iris e Lucien Marchand e Caécius Muspel já acomodados, com sorrisos animados em seus rostos. Apesar da falta de espaço na cabine apertada, o clima era de animação e camaradagem. No entanto, Illuria não pôde deixar de sentir um nó se formar em sua garganta enquanto o trem começava a se mover, levando-os de volta para o mundo exterior de Hogwarts.

Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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SEGUNDO ANO - PARTE 1
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2001: ALÉM DAS APARÊNCIAS


O segundo ano começou de forma peculiar para Illuria quando todos os estudantes foram convidados para uma excursão ao Ministério da Magia. Os eventos do ano anterior e as discussões políticas que seu pai não parava de mencionar sobre o oponente de Otto eram assuntos que pesavam em sua mente, causando-lhe preocupação. Ainda que não tivesse clareza sobre seus próprios interesses políticos, Illuria entendia que não havia nada de errado com criaturas de sangue misto, como vampiros, licantropos ou mestiços. Para ela, todos eram merecedores de respeito e direitos, independentemente de sua linhagem.

Assim, ela encarou essa visita de forma cética, como algo político, como seu pai sempre diria. No entanto, decidiu participar. Acompanhando seus amigos até a sala do sexto andar, onde foram orientados por Drussila Rosier a utilizar a rede de pó de flu para chegar ao Ministério, Illuria recordou que seu pai nunca a deixou se aproximar muito da lareira que ele usava para acessar sua sala no Ministério. Na época, ela presumiu que fosse pelo medo de queimá-la, mas ao observar os alunos passando com tranquilidade, questionou-se se havia algo mais que ele escondia na sala.

Ao adentrar o Ministério da Magia, Illuria logo percebeu que sua imaginação não estava muito distante da realidade: era um lugar sombrio e desprovido de charme, embora sua arquitetura imponente fosse condizente com a maioria dos edifícios do mundo bruxo. Enquanto alguns bruxos seguiam em direção aos elevadores e outros permaneciam no Átrio para tratar de assuntos ministeriais, Illuria dirigiu-se em busca de salas específicas, em particular a sala onde seu pai trabalhava. Ela procurava pelo elevador que a levaria ao nível cinco do Ministério, mas sua busca foi abruptamente interrompida pelo chamado de todos os estudantes para uma sala especial de Duelos, organizada com um tablado.

No interior da sala, o atual Ministro da Magia, Otto Dearborn, convocara um dos alunos meio-duende ao tablado, fazendo um gesto simbólico que indicava que aquele ser era o futuro do mundo mágico. Como Illuria se encontrava no segundo andar e a maioria dos presentes ali pertencia às casas Grifinória ou Lufa-Lufa, ela sentiu-se à vontade para aplaudir e manifestar seu apoio à criatura, sentindo-se profundamente feliz por testemunhar aquele momento de reconhecimento e igualdade.




Última edição por Illuria Morioka em 2/22/2024, 16:34, editado 1 vez(es)
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SEGUNDO ANO - PARTE 2
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2001: VOZES CENSURADAS


A sala de debates, localizada no quinto andar, parecia pequena diante da quantidade de alunos que a ocupavam. Illuria, Lucien, Sybilla e Daedra ocupavam as poucas cadeiras disponíveis, enquanto Iris permanecia de pé atrás delas. O tema em discussão era: "As Artes das Trevas são necessariamente vis?". Illuria, acostumada a uma visão mais matizada da magia, ficou surpresa com as respostas fechadas do professor que conduzia o debate, focadas no dualismo simplista do bem e do mal.

Desde criança, Illuria fora ensinada pelos pais que o mundo não era preto e branco, mas sim uma infinidade de tons de cinza. Seu pai, envolvido na política e sempre debatendo sobre questões éticas, insistia que era necessário compreender os diferentes pontos de vista. Sua mãe, uma medi-bruxa que utilizava tanto magia tradicional quanto conhecimentos de Artes das Trevas para curar seus pacientes, ensinou-lhe que a magia em si não era boa nem má, mas sim a intenção por trás de seu uso.

Illuria sabia que sua amiga Iris Marchand compartilhava de ideias semelhantes às suas. Iris defendia fervorosamente que o ensino das Artes das Trevas deveria ser acessível a todos, independentemente de suas intenções, pois acreditava que essas artes não eram intrinsecamente malignas, podendo ser usadas para propósitos benevolentes, como feitiços e poções de cura. No entanto, a intervenção do professor durante o debate foi ainda mais drástica do que Illuria poderia ter imaginado. Ele optou por usar azaração para silenciar Iris, privando-a não apenas da oportunidade de expressar seus pontos de vista, mas até mesmo de participar do debate. Uma atitude bastante... ilustrativa, por assim dizer, sobre sua abordagem "inclusiva" ao ensino.

Diante da postura inflexível do professor, Illuria sentiu a raiva que a consumia desde o primeiro ano de Hogwarts se intensificar. A raiva que percorria suas veias, deixando suas mãos frias e trêmulas, esperando o momento certo para explodir, seja verbal ou fisicamente. O silenciamento de uma colega de classe por meio de uma maldição apenas agravou sua indignação.

Para Illuria, não havia nada mais sagrado do que a liberdade de expressão, independentemente do contexto. O professor de Feitiços cometeu um erro grave ao calar uma aluna por meio de uma azaração. Concentrando-se em suas palavras e tentando controlar a respiração acelerada, Illuria mal percebeu que sua visão começava a escurecer e seus ouvidos a zumbir. Seu foco estava nas próximas palavras que proferiria em defesa de seu ponto de vista: a magia das Trevas, assim como qualquer outra forma de magia, não era neutra, sendo influenciada pelo contexto histórico e pelas intenções de quem a utiliza.

A medida que a discussão prosseguia e as opiniões divergentes se chocavam, Illuria sentia uma crescente onda de indignação tomando conta de seu ser. Seus músculos se contraíam involuntariamente, as mãos cerradas em punhos apertados, os nós dos dedos tornando-se brancos pela pressão. Seu coração batia com força descompassada, ecoando em seus ouvidos como um tambor selvagem. Cada respiração era uma luta, o ar parecia não ser suficiente para saciar a fúria que ardia dentro dela.

Seus olhos, normalmente serenos e expressivos, agora ardiam com um fogo intenso, refletindo a tempestade que rugia em seu interior. As sobrancelhas franzidas denotavam sua concentração intensa, enquanto os lábios, habitualmente suaves, se curvavam em uma linha tensa de determinação. Não havia mais espaço para dúvidas ou hesitações; apenas uma vontade inabalável de fazer-se ouvir, de lutar por aquilo em que acreditava com todas as suas forças.

Cada palavra pronunciada pelo professor era como uma centelha lançada em um barril de pólvora, alimentando a chama da revolta que crepitava dentro dela. Cada gesto, cada olhar, cada respiração, tornava-se um ato de resistência, uma demonstração de sua recusa em se curvar diante da injustiça e do autoritarismo. E quando finalmente chegasse a sua vez de falar, ela iria fazê-lo com uma voz firme e inabalável, trazendo à tona toda a paixão e determinação que a consumiam por dentro.

Em sua vez de falar, Illuria concentrou-se para controlar suas emoções, evitando expor seu sentimento com veemência. Ela começou destacando que as Artes das Trevas não são intrinsecamente más, mas apresentam uma variedade de manifestações dependendo do contexto. Salientou que um conhecimento mais aprofundado sobre essas artes pode dissipar preconceitos enraizados. Além disso, abordou a influência das crenças e perspectivas dos praticantes na magia, ilustrando com o exemplo do vodu. Para os bruxos, essa prática pode assumir significados distintos em comparação com os trouxas ocidentais, cujas crenças e influências diferem dos bruxos, atribuindo-lhe outra conotação, calcada no preconceito e desconhecimento da prática.

No entanto, antes mesmo que pudesse concluir seu raciocínio, Illuria viu-se abruptamente interrompida pelo professor, que não apenas deturpou suas palavras, mas também ignorou seu pedido para que ao menos lhe fosse concedida a oportunidade de concluir seu pensamento. Parece que a arte da interrupção é uma das especialidades do professor, uma pena que ele não tenha aplicado tanto esforço em ouvir seus alunos quanto em cortar suas vozes.

A raiva pulsava dentro de Illuria como um vulcão prestes a entrar em erupção. Cada batida de seu coração era acompanhada por uma onda de calor que percorria todo o seu corpo, incendiando seus nervos e turvando sua visão com um brilho rubro de ira. Seus dentes rangiam uns contra os outros, uma manifestação física da intensidade de suas emoções. Não era apenas a interrupção de seu ponto de vista que a inflamava, mas sim a maneira desrespeitosa com que o professor descartara suas palavras, como se sua voz não tivesse valor algum. Era como se ele tivesse atirado seus pensamentos ao vento, sem sequer considerar a importância de suas perspectivas. E o fato de ele ter recorrido à azaração para silenciar sua amiga, mostrando total desprezo pelas normas básicas de respeito e ética, só alimentava o fogo de sua raiva. Não havia surpresa em seu coração, apenas uma ardente determinação de fazer sua voz ser ouvida, custasse o que custasse.

Diante desse acontecimento, Illuria tinha uma certeza cada vez mais sólida: a convicção de que o ensino das Artes das Trevas deveria ser acessível a todos, sem restrições. Seja para aqueles que desejam empregar essas habilidades para combater o mal ou para os que as utilizam na criação de poções de cura e outros propósitos benevolentes, a liberdade de explorar essa área da magia deveria ser garantida a todos os estudantes de Hogwarts.




Última edição por Illuria Morioka em 2/22/2024, 17:01, editado 1 vez(es)

Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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Chaque instant de la vie est un pas vers la mort.
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SEGUNDO ANO - PARTE 3
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2001 - ESTÁTUAS QUE CHORAM E LUTAM


Nem mesmo Illuria sabia como havia chegado ali. Foi simplesmente a convocação urgente de Iris no Hall que a levou ao quarto andar para ver a estátua que, segundo relatos, chorava tanto que inundara o chão ao seu redor. Curiosa com a descrição peculiar, Illuria não hesitou em acompanhar a amiga. Afinal, ela passara tantas vezes por aquele corredor durante o ano em direção à biblioteca que mal notara se a estátua apresentava algum problema ou mudança de humor.

Ao subirem as escadas e adentrarem o corredor do quarto andar, as duas se depararam com uma cena inesperada: a estátua havia sido substituída por uma cripta aberta. Sem hesitar, decidiram explorar o local, mesmo diante da escuridão opressiva que o envolvia. Tentativas de conjurar Lumos ou até mesmo Lumos Solem, feitas por Illuria, falharam diante da densidade das trevas. Tendo apenas o tato como guia, elas exploraram as paredes de pedra, eventualmente encontrando Caécius, Angr e Lucien, também perdidos naquele lugar e procurando desesperadamente uma saída.

A cripta revelava-se como um espaço claustrofóbico e sombrio, onde a escuridão parecia engolir qualquer tentativa de luz. As paredes de pedra eram úmidas e frias ao toque, como se o próprio ambiente exalasse uma aura de desolação e abandono. O ar ali dentro era denso e pesado, impregnado com o cheiro de mofo e decadência.

Conversas sussurradas ecoam pelo corredor escuro enquanto passos são dados cuidadosamente, até que o grupo se encontra diante de um labirinto imponente, com muralhas de pedra mágica que parecem indestrutíveis. Com a colaboração de todos, lançam feitiços poderosos que fazem as paredes desmoronarem e o antigo portão quebrado se reconstituir, graças ao esforço conjunto. No entanto, a alegria é efêmera. Os grupos se separam, com o restante dos estudantes seguindo pelo labirinto, enquanto os sonserinos Angr, Caecius, Iris, Illuria, Lucien, juntamente com estudantes de Corvinal e Lufa-Lufa, Caligula Silver e Agatha Morita, são confrontados por uma estátua gigante que desperta com o alvoroço dos colegas.

Prontamente, os alunos retiram suas varinhas das vestes e traçam uma estratégia para neutralizar a estátua, que os encara com olhos perspicazes. Porém, antes que possam agir, a estátua se antecipa: lança uma enorme pedra com violência, ferindo gravemente Caécius e Illura, arremessados para trás com o impacto, chocando-se contra as antigas grades de pedra.

Com dificuldades e esforço para manter o equilíbrio e a sobriedade, Caécius e Illuria se erguem com o auxílio dos amigos. Cansados da persistência da estátua, coordenam uma série de ataques consecutivos contra a criatura mágica, que cai ferida e despedaçada, mas ainda viva. Isso proporciona um breve intervalo para que todos pensem em suas próximas ações e ouçam o que acontece adiante no labirinto. No entanto, esse tempo de pausa tem um preço.

A estátua retoma sua posição e lança pedras novamente, atingindo todos como estilhaços afiados. Em resposta, Illuria lança o feitiço que aprendeu: Immobulus! Em seguida, uma série de feitiços é conjurada em direção à estátua. Após o ataque, a estátua se encontra amedrontada, seus pedaços espalhados pelo chão, enquanto seu único membro restante segura um livro. O medo emanado pela estátua a faz brilhar e vibrar, e todos ao redor sentem que ela está prestes a explodir. Se não agirem rapidamente, serão atingidos pelas pedras lançadas.

Caligula agarra rapidamente o livro da mão da estátua e, junto com os outros presentes, parte em direção à saída daquela seção do labirinto, indo em direção aos outros estudantes que partiram primeiro e que já haviam concluído suas lutas. Exaustos e debilitados pela batalha, os estudantes começam a sentir o preço da permanência prolongada naquele ambiente envolto por forças trévicas. Illuria senta-se no chão, juntamente com os outros, buscando recuperar o fôlego e as forças para se levantar. O tempo passa até que eles percebam. O labirinto tem uma saída, e eles estavam ali há muito tempo, de forma inexplicável. Todos já haviam partido.



Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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SEGUNDO ANO - PARTE 4
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2001 - NEM TODAS AS MALDIÇÕES SÃO VIS


Sendo os últimos a atravessarem o labirinto, encontram um aglomerado de estudantes reunidos em torno de um pedestal de pedra com um livro de capa azul em cima. Descendo com dificuldade a escada devido aos seus ferimentos, eles se esgueiram entre os outros para poderem ouvir o que é dito pelos que estavam na frente. Encontram-se em uma espécie de beco ao ar livre em Hogwarts, tendo descido por uma escada de madeira. A chuva era tão intensa que mal conseguiam entender o que era dito.

No entanto, a incompreensão não dura muito, pois logo tudo se torna silencioso. Parece que a escuridão do labirinto retornou, e Illuria, reflexivamente, pega sua varinha com raiva, preparando-se para lutar novamente. Mas não é isso que acontece. Ela começa a ter uma visão do passado, onde uma senhora bem vestida está ao lado de um garoto maltrapilho, magro e doente. O garoto suplica para que a dama tire sua vida, acabando com seu sofrimento, pois contraíra a peste-negra. Em um ato de coragem e compaixão, a dama tira sua varinha e dá um único golpe que acaba com a vida do garoto, pronunciando as palavras: Avada Kedavra.

Nesse momento, Illuria é transportada de volta a meses atrás, no meio do segundo ano letivo, durante o momento em que foi silenciada ao argumentar sobre a discussão das Artes das Trevas serem inerentemente ruins. Ela não consegue parar de pensar que o ato da dama foi corajoso e misericordioso, pois ninguém deveria morrer sofrendo ou de maneira indigna, após inúmeras tentativas artificiais com poções de cura, magia bruxa ou trouxa, na busca desesperada por prolongar a vida a qualquer custo.

Ainda imersa em suas próprias lembranças, Illuria conseguia ouvir a voz de Iris perguntando aos outros se viram o mesmo que ela e se concordavam com a morte do garoto, e as respostas tornavam-se discordantes. Mas Illuria não conseguia falar, abalada pelo fato de que a maldição da morte não era nem mesmo uma maldição, mas sim um ato misericordioso para a pessoa e seus familiares. Ela percebia que as compreensões sobre a Arte das Trevas em Hogwarts não eram neutras, mas pendiam para um lado com o qual Illuria não se sentia confortável nem de pensar.

A garota só saiu de seu estupor quando o garoto Crouch, completamente enlouquecido, já havia sido levado à enfermaria dentro do castelo, e seus amigos esperavam por ela, completamente exaustos e com semblantes preocupados, lançando olhares em sua direção. Com passos hesitantes e dificuldade para se locomover devido a seus graves machucados, ela segue os amigos pelos jardins, do hall, a enfermaria e até as masmorras, onde se recolheram para descansar pelo dia. No entanto, o livro de capa azul na penumbra nunca saiu de sua mente desde então.

A partir daí, a concepção de Illuria sobre a magia das trevas, ou não, bem como sobre as magias que os bruxos usam ou as que os trouxas usam, modificou-se para sempre.


Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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SEGUNDO ANO - FINAL
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2001: CARTA


Hitoshi,

Peço desculpas pela minha falta de correspondência durante o segundo ano. As exigências acadêmicas têm sido cada vez mais intensas, e as responsabilidades se acumularam, especialmente no final do ano letivo.

Estou bem e tenho dedicado meu tempo a estudar feitiços por conta própria na biblioteca, utilizando os livros disponíveis e avançados para o meu nível de ensino. O bibliotecário não permite que eu pegue obras além desse critério, então tenho me virado com o que está ao meu alcance, seja nas mesas de estudo ou no depósito de livros do segundo andar. Os volumes aqui disponíveis são consideravelmente maiores do que os de sua coleção.

Não irei perguntar sobre o estado da minha mãe, pois já conheço a resposta e sei que as coisas não têm sido fáceis desde sua eleição em conjunto com Lestrange. Imagino que ela esteja ouvindo suas lamentações como de costume esteja descansando em casa.

No entanto, o propósito desta carta não é discutir sobre pessoas ou relatar minhas atividades do segundo ano, pois presumo que tenha lido a correspondência que enviei à minha avó com todas as atualizações. O que me preocupa é se essa carta foi lida por meios legais.

Estou escrevendo para informá-lo de que não retornarei para casa no final deste ano letivo. Decidi passar as férias de verão com a família Marchand, uma família respeitável e de boa índole. Não entrarei em detalhes, pois sei que investigará os históricos familiares mais remotos. Essa decisão foi tomada com o conhecimento e consentimento de todas as partes envolvidas, inclusive minha mãe, e agora só falta a sua aprovação.

Além disso, gostaria de pedir que repasse meus agradecimentos à tia Julia pelo presente de aniversário. Os brincos combinam perfeitamente com o colar de jade verde que uso.

Nós nos veremos alguns dias antes de eu retornar a Hogwarts para iniciar o terceiro ano letivo.

Até breve,
Illuria.




Última edição por Illuria Morioka em 2/22/2024, 16:45, editado 1 vez(es)

Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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A TRADIÇÃO MORIOKA
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



UM ESTRANHO ENCONTRO


Foi durante os dias dourados do Império Meiji, quando os Morioka estavam começando a fazer seu nome no mundo mágico do Japão, que a história do primeiro ancestral se entrelaçou na tapeçaria do tempo, tecida em fios de mistério e magia. Conta-se que o primeiro bruxo ancestral não passava de um simples e trabalhador guardião do conhecimento em sua vila. Sua fama como um homem bom e honesto ecoava pelas montanhas e vales, até que uma noite sem estrelas lançou sua sombra sobre sua reputação.

Na escuridão fria daquela noite sombria, o ancestral cruzou o caminho de uma figura que não era nem humana, nem espírito, mas algo entre os dois. Um demônio disfarçado de mortal, dizem alguns, seus olhos não eram poços de trevas, mas sim normais, como o do ancestral. E ao lado do demônio disfarçado, uma criatura reluzente, uma raposa com olhos perspicazes, uma testemunha silenciosa dos acontecimentos daquela noite fatídica. As histórias divergem aqui, como ramos de uma árvore que dançam ao vento. Alguns sussurram que o Pai Ancestral vendeu sua alma ao demônio, roubando-lhe os poderes e selando um pacto sombrio. Outros afirmam que foi o demônio quem enredou o pobre guardião em sua teia de enganos, amaldiçoando-o a uma vida solitária, com a raposa sempre à espreita, olhos ardilosos nunca piscando.

Entretanto, em uma coisa, todos concordam: naquele momento fatídico, quando o bruxo e o demônio se confrontaram, um clarão iluminou as ruas escuras, e o cheiro de magia antiga permeou o ar, misturando-se com o aroma de páginas amareladas de um grimório antigo, com as ervas secas de um boticário, e o musgo que se agarra às pedras antigas de um templo esquecido. Antes de desaparecer na luz, dizem que a raposa soltou um uivo tão penetrante que o próprio imperador foi acordado em seus aposentos imperiais, ouvindo o eco angustiado do chamado da criatura mágica.

Após a partida do demônio, envolto na luz cintilante que desapareceu nos céus, o Pai Ancestral Morioka foi deixado com uma mala marrom, carregando consigo três artefatos preciosos que permanecem guardados na casa de seus descendentes até agora. Dentro da mala, repousavam cinco livros de poções avançadas, cujas páginas guardavam segredos ancestrais e conhecimentos esquecidos pelo tempo. Cada página era um tesouro, um mapa para os mistérios ocultos da magia. Ao lado dos livros, uma varinha de olmo, longa e esbelta, com um núcleo de penas de dragão, simbolizando o poder e a conexão com os antigos segredos da magia.

E então, envolto em dobras de seda verde, estava o colar de jade. Uma peça de beleza incomparável, sua superfície era como uma lâmina de vidro, aparentemente frágil e inquebrável ao mesmo tempo. O colar exalava uma aura de elegância e mistério, como se fosse vivo, dançando com a luz e sussurrando segredos de séculos passados. E ainda, reza a lenda, que este colar verde, símbolo de linhagem e herança, passou de pescoço em pescoço, de um descendente Morioka para outro, através das eras e gerações, uma testemunha silenciosa dos destinos entrelaçados da família.

Apesar das adversidades e dos sussurros maliciosos, a lenda que pairava persistiu. O ancestral Morioka não se deixou abalar pelas mudanças de ambiente. Em sua nova morada solitária, mergulhou nos ensinamentos contidos nos livros concedidos pelo estranho encontro na rua, memorizando cada página e aprendendo os segredos da magia contida em suas palavras. Caldeirões foram adquiridos para a preparação das poções descritas nos tomos, e a casa do ancestral, dizem os relatos, se iluminava de madrugada em cores vibrantes, verde e rosa, como se fosse uma manifestação das próprias forças mágicas que ele estudava. Além disso, viajantes que passavam pela vila acrescentavam suas próprias histórias à lenda, descrevendo livros e manuscritos que fluíam para dentro e para fora da casa do ancestral, onde ele supostamente se comunicava com outros demônios da região, trocando receitas e segredos da arte das trevas. E com uma pitada de humor, esses viajantes relatavam como o ancestral passava horas na praia, brandindo um pedaço de madeira com gestos e palavras estranhas, tentando em vão lançar feitiços que nunca se materializavam.


Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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TRADIÇÃO MORIOKA - PARTE 2
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



O ANCESTRAL ENCONTRA SEU FIM


Mesmo diante das histórias que ecoavam, contando que até os espíritos mais sombrios se encolhiam diante da solidão eterna, o coração do Pai Ancestral ansiava por algo mais, algo que preenchesse o vazio de sua morada solitária. E então, dia após dia, batendo à sua porta como uma melodia suave, surgiu a mulher mais bela que os olhos já haviam contemplado. Ela era o Pilar dos Morioka, cuja gentileza era como uma brisa suave em meio ao caos do mundo. Com mãos habilidosas, ela trazia para o Pai Ancestral sopa de frutos-do-mar, um presente de amor e cuidado. Assim, como a cerejeira que leva anos para desabrochar, o amor entre o Pai Ancestral Morioka e o Pilar dos Morioka cresceu lentamente, enraizado na fé e no esforço mútuo. Até que, um dia, como os frutos da cerejeira, os Morioka foram abençoados com dois filhos, cuja magia fluía como o próprio rio da vida, tecendo destinos mágicos além da compreensão humana.

Os filhos, imbuídos de magia desde o nascimento, floresceram entre páginas de poções e com plena consciência das façanhas de seu pai. Embora desprovido de sangue bruxo e incapaz de conjurar feitiços com uma varinha, o pai era um erudito em poções, seu conhecimento alimentado apenas pelos tomos encantados. Conforme os anos avançavam, a varinha era zelosamente protegida na mala, uma lembrança silenciosa de tempos idos, e os filhos eram estritamente proibidos de tocá-la. Felizmente, o dom da magia fluía nas veias de seus filhos. No entanto, as línguas venenosas sussurravam que, devido à descendência demoníaca de sua mãe desde o nascimento, uma magia trágica foi transmitida para os jovens herdeiros.

A situação de harmonia mudou drasticamente quando uma carta chegou à pequena residência. Essa carta era para o Herdeiro Primogênito dos Morioka, convidando-o para a Escola de Magia Mahoutokoro. Em meio à felicidade de todos e ao presente que o filho mais velho recebeu de seu pai, o antigo colar de jade verde, despertou intriga no coração do Guardião Futuro dos Morioka, lançando uma sombra sobre o lar da família.

A intriga cresceu como um rio turbulento, e num futuro sombrio, sussurros de conflitos ecoaram entre os herdeiros Morioka. Foi então que o roubo aconteceu, trazendo perigo às portas da casa no mar. Para proteger sua família, ainda em crescimento após o enfraquecimento da saúde do Pai Ancestral, o Herdeiro Primogênito dos Morioka tomou uma decisão drástica. Com um feitiço proibido, reservado apenas aos escolhidos do imperador, ele tirou a vida de seu próprio irmão.

O Pai Ancestral Morioka, já enfraquecido pelo falecimento do Pilar dos Morioka anos antes, recebeu esse golpe devastador, encontrando-se prostrado na pequena cabana. Sem nada mais a que se agarrar, o Herdeiro Primogênito Morioka levou consigo, ao partir para trabalhar para o imperador, os preciosos livros de poções, a varinha tão valorizada pelo ancestral e, ainda, o colar de jade. Desiludido com o desfecho que a vida lhe reservara, o ancestral não tinha outra opção senão aguardar resignado, com um sorriso no rosto, a chegada de sua própria morte, pois esta alcança a todos, sem exceção.

A morte alcançou o ancestral. A tradição conta que no momento em que sua alma partia, a pequena e humilde casa resplandecia tanto quanto as estrelas naquela noite. Vizinhos despertavam para testemunhar o ocorrido e fechavam rapidamente os olhos e as cortinas de papel, temendo serem amaldiçoados pelo demônio. Diz a lenda que a luz, nesse caso, era a mesma raposa de décadas atrás que havia ceifado a vida do homem frágil em vida, e agora vinha para confortar o Pai Ancestral Morioka em seu leito de morte.

Naquele momento solene, com a morte pairando como uma sombra silenciosa, o Pai Ancestral Morioka olhou nos olhos ardilosos da raposa, sentindo uma conexão transcendental. Com uma voz que parecia ecoar dos recônditos da eternidade, ele murmurou:

- Por anos, aguardei tua presença. Em meus falhos feitiços e em meus sonhos, te convocava, mas somente agora, no limiar de minha jornada final, tu te manifestas. Permite-me prolongar este encontro em um lugar mais apropriado?

E assim, a jornada do Pai Ancestral Morioka alcança seu ocaso, desdobrando-se a tradição que flui de Morioka para Morioka, através das eras. É desse legado que surge a sagrada tradição dos Morioka de terem as raposas como seus patronos, um legado deixado por aquele ancestral. A nobre criatura, reverenciada por sua sabedoria e astúcia, é vista como a mais sábia companheira para aqueles que a conseguem conjurar.



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TERCEIRO ANO
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2002 - CALLIOPE FLINT


A morte de Calliope Flint irrompe como uma onda avassaladora no terceiro ano de Hogwarts. Illuria, alheia ao conhecimento prévio sobre a garota, estava absorta na busca por rochas ao longo das margens do Lago, quando subitamente se vê confrontada com a cena. Enquanto estudantes de todos os anos se aglomeram à beira das águas, Illuria, ainda sem compreender inteiramente a gravidade do acontecimento, aproxima-se vagarosamente até se deparar com o corpo inerte da garota: ali, à margem do lago sombrio, repleto de escoriações e com um aspecto inchado, possivelmente resultado da absorção excessiva de água. Contudo, o que mais a choca é a palidez da pele da garota e a expressão rancorosa que se delineia em seu rosto.

Era a primeira vez que Illuria se via tão próxima e desprotegida diante da visão de um corpo sem vida, exposto sem qualquer impedimento. O fato de a garota ainda estar vestida com o uniforme de uma das casas de Hogwarts acrescentava um peso adicional à cena já perturbadora. Uma colega de classe às vezes, que partilhara o ambiente de estudo com Illuria, agora repousava alguns metros à frente, em silêncio eterno. Illuria não conseguia desviar o olhar do corpo, enquanto lutava para aceitar a dura realidade da situação e resistir à ideia de que Hogwarts pudesse ser um lugar tão inseguro e sombrio como aquele momento sugerira.

À medida que o tempo fluía como as águas do Lago Negro, mais e mais estudantes se congregavam às suas margens, enquanto teorias sobre o trágico evento começavam a se entrelaçar no ar. Entre elas, duas delas se destacavam como a mais discutidas: a garota teria posto fim à própria vida ou fora assassinada. No entanto, quando a irmã da vítima faz sua chegada ao local, as teorias são silenciadas. A margem do Lago Negro fica silenciosa, somente a voz da garota se faz presente. A visão de Illuria começa a turvar-se, obscurecida pelo véu da emoção.

Comentários desnecessários ecoavam entre os colegas da casa de Illuria, e ela lutava para ocultar sua expressão de desconforto diante da presença dessas vozes intrusivas. Impossível era para ela não se colocar no lugar da vítima e de sua irmã, imaginando-se ali, sem vida, à margem do lago sombrio. Seriam proferidas as mesmas palavras vazias ou até mesmo piores? Seus amigos derramariam lágrimas de tristeza? E seus pais, preservariam o legado da Chama da Família Morioka ou relegariam tal honra ao esquecimento na face da perda de sua filha? Illuria opta por não adentrar nesse último abismo de pensamentos, evitando assim sucumbir a um mar de incertezas e dor.

À medida que mais alunos se juntam à beira do lago, também chegam os professores, tentando despertar os estudantes de seu transe ao observarem o corpo inerte de Flint. Illuria acompanha um desses grupos que se afastam das margens do Lago Negro, ainda mergulhada em choque. Mais tarde, naquele mesmo dia, durante o jantar, um clima de pesar paira sobre o grande salão. Nem mesmo a mesa da Sonserina, conhecida por seus comentários inconvenientes, consegue se animar diante da seriedade do momento.

Madame Bulstrode levanta-se para tratar de assuntos importantes, e Illuria pressente que não será a única vez que isso ocorrerá durante o terceiro ano. O primeiro tema, é claro, é sobre Calliope Flint. A diretora ainda informa a todos que na ala hospitalar há apoio psicológico disponível para os estudantes. Illuria franzia o cenho apenas com o pensamento de compartilhar seus medos com um professor da escola.

As aulas da semana foram canceladas em respeito à memória de Calliope e sua família. Para completar as notícias, Drussila Rosier, a mesma que havia liderado a excursão ao Ministério da Magia, seria a nova professora de Artes das Trevas, recentemente apoiada pelo ministro vitorioso da eleição, Sionis Lestrange. Illuria tentou manter sua expressão neutra a todo custo, mas não conseguiu evitar uma careta ao ouvir o nome do ministro. E, dependendo da reação diante da morte de Flint, aurores, enviados diretamente do Ministério, seriam presenças constantes no castelo.

Um suspiro escapou dos lábios de Illuria, esperando que não tivesse sido audível. Baixando a cabeça para o prato de comida, percebeu que não sentia mais fome. Na verdade, a única sensação que experimentava era ansiedade. Desde os eventos na cripta do segundo ano, a falta de ar em momentos aleatórios tornara-se uma constante para a garota. Agora, pelo menos, havia uma razão para tal reação. Não se sentia confortável com a presença de estranhos de Hogwarts percorrendo os corredores e, provavelmente, observando atentamente as salas de aula. Tentou compartilhar sua opinião em um cochicho com Lucien Marchand, mas o garoto permaneceu em silêncio. Illuria não o culpou, apesar de sentir sua garganta apertar.

Preferindo não participar mais do jantar, levantou-se calmamente e, com passos lentos, procurou não chamar muita atenção ao deixar o grande salão. Dirigiu-se às masmorras. Havia tarefas a realizar, especialmente agora, quando todos estavam em perigo e olhos vigilantes percorriam o castelo: compreender por que sua magia não estava respondendo como normalmente o faria.


Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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TERCEIRO ANO - PARTE 2
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2002 - PEIXE EM UM AQUÁRIO


Havia feito uma semana desde o último suspiro da garota da grifinória quando Illuria adentrou a aula de Adivinhação. Orgulhava-se de sua aura cética, uma herança dos pais, que duvidavam das artes místicas. Sua presença naquela sala repleta de segredos era, sobretudo, um gesto de apoio a Iris Marchand, cujo entusiasmo transbordava enquanto ocupava o assento ao lado de Illuria. Daedra e Sybilla Mayfair, cujo fascínio pela Adivinhação ela havia descoberto naquela mesma aula, também estavam presentes, formando um círculo de expectativas ao redor da mesa.

A atmosfera, contudo, não era tão encantadora quanto se poderia esperar. Um odor misterioso pairava no ar, perturbando os sentidos de Illuria. Naquela sala de aula, um mar de cores se confundia, enquanto as poltronas se amontoavam, criando uma desordem ordenada, um caos meticulosamente organizado.

Illuria se viu surpreendida pela definição de Adivinhação apresentada pelo professor. Descobriu que era mais do que simplesmente prever o futuro; era uma forma de arte, uma magia que exigia uma performance daqueles que a praticavam. Essa ideia lançou uma semente de dúvida em Illuria, enquanto absorvia as palavras do professor. E assim, a primeira atividade proposta foi treinar os olhares dos alunos para essa arte mística, começando pela leitura dos borroes de chá no fundo de uma xícara.

Observando ao seu redor e notando que seus amigos já estavam inclinando suas xícaras de chá, Illuria, relutante, toma um gole do chá amargo, fazendo uma careta. Ao terminar, de fato, há desenhos no fundo da xícara, feitos pelas borras do chá. No entanto, ela não consegue distinguir nenhum padrão claro nas formas que se formaram.

Na verdade, todos ao redor da mesa parecem confusos, exceto Sybilla e Iris. Illuria então aguarda a assistente do professor se aproximar para tentar interpretar os desenhos remanescentes na xícara. Enquanto isso, ela aproveita para observar a sala. Percebe que até mesmo Drussila Rosier decidiu participar da aula, pegando uma xícara de chá e bebendo, solicitando ao professor que fizesse a leitura.

Antes que pudesse ouvir a resposta do professor para Drussila, a assistente se aproxima da mesa, e Illuria pede sua ajuda para discernir o que os borrões representavam. Illuria menciona que vê uma espécie de aquário. A assistente responde prontamente, sugerindo que o aquário pode representar a sensação de estar aprisionado, como se algo estivesse restringindo seus movimentos, talvez um problema não resolvido do passado ou um novo medo que tenha surgido. Em seguida, ela se encarrega de ler as xícaras dos outros alunos.

Surpresa com o provável significado de seus borrões, Illuria coloca sua xícara na mesa e começa a refletir. Seu devaneio é interrompido pelo alto barulho de um baque, fazendo-a virar-se em sua poltrona e perceber o professor desacordado no chão, após ter lido as borras da xícara de Drussila. A assistente informa que todos podem ir, pois a aula havia terminado. Illuria sai apressada da sala, acompanhada por Iris, ansiosa para escapar daquela confusão e do odor de incenso que permeava o ambiente.


Illuria Morioka
Sonserina
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TERCEIRO ANO - PARTE 3
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2002 - HOGSMEADE


Apesar de Illuria se esforçar para manter um semblante otimista durante a visita dos terceiranistas a Hogsmeade, o clima de tensão pairava no ar. Foi então que Pirraça interrompeu o silêncio do Hall com seu aviso sobre o Sinistro de Hogsmeade, lançando uma sombra sobre a excursão. Para a garota, aquele aviso era como uma gota de veneno que poluiu sua tentativa de manter a positividade.

Ao chegar na pequena vila e se posicionar em frente à Casa de Chá de Madame Puddifoot para esperar seus amigos, Illuria observava enquanto Iris Marchand, Caécius Muspel, Jensen Adams e Clemensia Bellehust adentravam a acolhedora doceria, ansiosos por degustar as irresistíveis iguarias e adquirir poções devidamente regulamentadas pela legislação bruxa.

No entanto, à medida que uma dor de cabeça começava a latejar em sua têmpora, Illuria decidia se assentar de costas para a porta, revelando seu desejo de manter uma possível rota de fuga aberta. Sentia-se cada vez mais desconfortável com os diversos sons e aromas do ambiente, uma sensação que a transportava de volta aos primeiros anos em Hogwarts, quando o medo de estar encurralada em lugares fechados despertava um temor irracional dentro dela.

Apesar da variedade de doces expostos parecer tentadora aos olhos de muitos, Illuria descobriu que não conseguia provar sequer uma única guloseima. Um pressentimento sombrio a dominava, e seu estômago revirava-se em protesto, recusando categoricamente qualquer alimento.

Enquanto as conversas fluíam e o tempo passava, nem mesmo o cartão que pediu e recebeu de Madame Paddifoot conseguia distraí-la. Ela tentava manter seu corpo e expressão relaxados, mas de vez em quando, batia na varinha que guardava sob suas vestes, procurando por uma âncora de segurança.

Um susto a atinge quando a porta se abre e Drussila Rosier entra, com olhares julgadores. Felizmente, a professora senta-se mais adiante, de costas para Illuria. Não que ela tenha algo contra a professora, mas também não há nada a favor. O frio de Hogsmeade cedeu lugar ao calor, deixando Illuria agoniada com suas roupas pesadas, o grande sobretudo, o suéter, tudo. Incapaz de suportar mais, ela levanta-se, tentando não chamar a atenção para si, afinal, seus amigos estão ali na frente se divertindo.

Percebendo os olhares preocupados de Jensen em sua direção, ela sorri e pede a ele que avise aos amigos que ela sairá por um tempo. Ela enfatiza que não devem segui-la, mas sim aproveitar o momento de diversão. Promete encontrá-los no Três Vassouras horas depois.

Ao sair pela porta e ser recebida pelo vento frio, consegue encontrar um pouco de calma. Enquanto caminha pela pequena vila, avista uma loja de envio de cartas. Ela decide seguir naquela direção, pensando no que escrever para seu pai sobre seu tumultuado terceiro ano até o momento, afinal, faz meses que não tem contato com ele.

No entanto, antes mesmo de abrir a porta da loja, avista um vulto alto e negro observando-a das sombras de outra loja. Incerta se o viu realmente ou se era apenas uma brincadeira de mau gosto de algum estudante da Grifinória contra os Sonserina, ela esfrega os olhos para ter certeza. A sombra permanece imóvel, apenas observando.

Tentando lembrar dos estudos básicos que fez por conta própria sobre defesa contra as artes das trevas, ela evoca em sua memória as características de possíveis ameaças e pensa: será um espírito novamente? Ou talvez um dementador?Retrocedendo seus passos lentamente, com respirações descompassadas e varinha em mãos, ela aguarda até alcançar a rua principal, onde a luz pode dissolver a sombra, antes de ir encontrar seus amigos.

Porém, enquanto corre em busca deles, depara-se com a cena de Drussila e outros estudantes lançando feitiços contra alguém. Ela para abruptamente, os ombros tensos, o maxilar cerrado e os olhos assustados, cheios de lágrimas, incapaz de articular uma palavra ao ver a cena desenrolar sobre seus olhos. A professora lança o homem para o alto e ele cai com um som estrondoso, um som que nunca sairia da cabeça de Illuria: o som dos ossos se quebrando.

Enquanto ainda estava chocada com o que acabara de testemunhar, seus amigos a encontram. Incapaz de articular qualquer coisa, ela permanece imersa na comoção do momento, com a visão embaçada e os ouvidos zumbindo, ainda segurando a varinha com firmeza. Em meio ao tumulto de pensamentos em sua mente, ela desejava guardar a varinha no bolso para evitar que algo semelhante acontecesse a alguém, mas estava tão atordoada que não conseguia expressar seu desejo. A varinha em sua mão começou a tremer, apesar de seus esforços para esconder seus olhos sem foco.

Começa a olhar para todos os lados, procurando por qualquer outro perigo, qualquer distração para afastar a imagem do homem caindo desacordado. Agarrando-se ao braço de Daedra Mayfair em busca de apoio, calor e equilíbrio, ela tenta recuperar o fôlego, seguindo as instruções recebidas do mesmo. Finalmente, ela reúne forças para pedir que tirassem a varinha de sua mão, e Caécius prontamente atende ao pedido. Agora capaz de recuperar o controle, ela abaixa a cabeça e deixa-se ser conduzida de volta ao castelo.

Enquanto todos caminham em direção ao castelo, ela não consegue deixar de sentir a culpa pesando sobre seus ombros. Sentia que havia arruinado a viagem deles a Hogsmeade, os preocupando e forçando-os a lidar com a bagunça que dominava sua mente. Nem mesmo conseguira saborear uma cerveja amanteigada.


Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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TERCEIRO ANO - FINAL
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2002: ANO ENCERRADO


Se Illuria dissesse que não estava se acostumando com o assunto das criptas e espíritos que possuíam alunos em Hogwarts, estaria mentindo. Como no caso de Lucky McAllister e seu gato na biblioteca - um pobre animal que foi morto e despedaçado na biblioteca, Illuria ainda sentia o estômago revirar ao lembrar da expressão do gato, de olhos abertos sem vida para ela enquanto sua barriga estava aberta. E também o caso de Spencer Lefkowitz, o corvino possuído em uma noite e a situação que deixou Illuria com cortes no rosto devido aos espelhos quebrados e o braço quebrado quando Morgana Le Fay jogou todos os alunos contra a parede violentamente.

O que realmente a assustou foi ao descer do trem e avistar seus dois pais aguardando por ela na plataforma 9¾, Illuria sabia que os meses seguintes seriam repletos de desafios. No entanto, isso não diminuía a alegria que sentia ao finalmente reunir seus dois pais sob o mesmo teto desde o final do primeiro ano em Hogwarts. Com orgulho, ela buscava seus amigos para apresentá-los aos pais, destacando as preciosas amizades que havia cultivado. No entanto, antes que pudesse mergulhar completamente nesse momento de felicidade, suas malas foram retiradas de suas mãos e a mão delicada, porém firme, de sua mãe repousou em suas costas, um sinal silencioso para que ela seguisse adiante sem questionamentos.

Inicialmente, Illuria compreendia a preocupação de seus pais. Afinal, que responsáveis não ficariam alarmados ao ler nos jornais e receber corujas anunciando o encerramento precoce do ano letivo em Hogwarts, juntamente com a notícia do falecimento de dois professores em circunstâncias misteriosas? E ainda mais, como explicar as escoriações e o braço quebrado que ela exibia na plataforma 9¾, sem terem sido previamente informados? Ela entendia o silêncio tenso que permeava o ambiente enquanto viajavam de volta para casa.

No entanto, quando o silêncio persistiu até o jantar e se estendeu por pelo menos dois dias, até que a garota finalmente reunisse coragem para indagar o que havia feito de errado, Illuria desejou fervorosamente nunca ter aberto a boca. As palavras ásperas foram o bastante para fazê-la afundar em um mar de culpa. E não era difícil se sentir assim, afinal ela carregava o peso da responsabilidade por participar de um plano com Lucien Marchand para atordoar as criaturas com o feitiço Alarte enquanto todos escapavam. Eles dois haviam concordado com isso. No entanto, as coisas acabaram dando errado, e ela se sente culpada pelo fato de sua amiga, Iris Marchand, ter sido possuída, embora, no final das contas, algumas coisas tenham se resolvido.

As duras palavras de seus pais não apenas a mergulharam na culpa por sua incompetência, mas, cortesia de seu pai, também a fizeram sentir-se uma falha do nome Morioka. Isso a encheu de vergonha, pois não conseguia evitar pensar onde estariam seus pais se ela tivesse sido uma das vítimas, como a estudante que faleceu no início do ano letivo, juntamente com os dois professores. Para seus pais, e após refletir sobre suas palavras, ela começou a acreditar que foi ingênua e não considerou as consequências, reconhecendo sua falta de maturidade. Talvez até mesmo questionasse se deveria retornar a Hogwarts.

Acreditando fielmente nas palavras de seus responsáveis, nada falou quando seu pai começou a dar-lhe aulas de feitiços quando percebeu a lacuna na educação mágica da filha. Ela aprendeu na prática, sem depender dos livros, as consequências reais de um feitiço. Sua mãe, por sua vez, iniciou sessões de poções e história da magia e dos trouxas, notando também a defasagem de conhecimento da filha. Em todos os raros jantares familiares - que não eram muitos, Illuria sentia-se culpada por sentir um alívio quando seus pais não estavam juntos à mesa - ela era constantemente lembrada de seu legado e propósito.

Além disso, Illuria estava dividida quanto à saudade de Hogwarts. Por um lado, sentia falta dos seus amigos Marchand, Muspel, Mayfair, Bellehust, Angrboda e Adams, assim como do frio das masmorras e das noites passadas em claro aguardando as sereias passarem pelas janelas do Salão Comunal da Sonserina. No entanto, não sentia falta pela constante ansiedade que a assombrava ao percorrer os corredores da escola sozinha, o receio de acordar com um espírito observando-a ao lado da cama, ou a agonia de seus amigos se machucarem e ela se sentir impotente para ajudar, paralisada pelo medo.

Não sentia falta porque parecia que toda essa ansiedade e medo tinham seguido Illuria na mudança de Hogwarts para Londres, como bagagem indesejada. Agora, ela caminhava pela vida abraçada pelo medo de um lado e pela ansiedade do outro, ambos sussurrando em seus ouvidos sempre que virava uma esquina em sua casa ou observava as pinturas de seus antepassados na parede. Era como se estivesse cumprimentando as partes mais sombrias de seus pensamentos, tanto em Hogwarts quanto em Londres.

Os meses se passaram de forma isolada para Illuria. Sua única forma de se comunicar com os amigos foi por meio das corujas. Inclusive, foi através delas que recebeu o resultado dos exames intermediários, obtendo uma excelente nota, conforme seus pais lhe disseram. No entanto, nunca teve a oportunidade de ver a prova ou o resultado por si mesma, pois seus pais não permitiam. Segundo eles, era uma medida protetiva para evitar que seu ego inflasse e, consequentemente, suas notas fossem afetadas por isso, insistiam.

Illuria compreendia o ponto de vista deles nesse aspecto. Sabia que nunca desejariam o mal para ela; era apenas uma precaução paternal. Afinal, se eles estavam finalmente dedicando tempo para ensiná-la e transmitir todo o seu conhecimento para Illuria, após anos, não poderia ser algo negativo. De certa forma, era como se ela experimentasse a mesma proteção que sentia às vezes com seus amigos, então não havia motivo para se preocupar.


Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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QUARTO ANO
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2003: SYBILLA PETRIFICADA


Quando as pedras do Hall começaram a cair nas imediações das escadarias, Illuria e seus amigos não se abalaram. Talvez movidos pela prudência ou simplesmente exaustos da maré de infortúnios que os tem assolado desde o primeiro ano em Hogwarts. Por algum motivo, inicialmente optaram por ignorar o ocorrido. No entanto, quando os ecos dos gritos romperam o silêncio, trespassando suas conversas, Illuria e seus companheiros - Lucien e Iris Marchand, Clemensia Bellehurst, Angrboda Jotunsdottir e Armks D. Kaiser - prontamente se lançaram em direção à escadaria de onde emergiam tais clamores.

Enquanto ascendiam pelas majestosas escadarias do Hall, que conduziam aos andares superiores, mais fragmentos de pedra se desprendiam sob seus pés, como se a própria estrutura do lugar estivesse cedendo aos suspiros do tempo. Ao alcançarem, enfim, a escadaria, depararam-se com uma cena caótica e inquietante. Estudantes se aglomeravam nas escadas, testemunhas atônitas de um espetáculo de destruição em que as pedras desabavam e rachaduras se alastravam pelas paredes, pintando um quadro de perigo iminente. Até mesmo os retratos nas paredes pareciam temer a desordem iminente, abandonando suas molduras em desespero, enquanto alguns quadros despencavam das escadas em meio ao tumulto, como se fugissem de um destino inevitável.

Os canos rompidos desencadearam uma cascata de água que se precipitou pelos degraus da escadaria, alcançando os pés de Illuria e seus companheiros como lágrimas da própria estrutura do castelo. A inundação era tão avassaladora que formou uma poça nos andares inferiores, uma espécie de reflexo distorcido da tragédia que se desenrolava. Foi precisamente nessa poça que os olhos de Sybilla Mayfair encontraram seu destino fatídico, petrificada instantaneamente como uma estátua em meio ao caos líquido. Um arrepio percorreu Illuria ao ouvir os gritos de horror dos amigos e dos demais alunos ao seu redor, testemunhas atônitas da transformação gradual de Sybilla, sua pele alabastro lentamente cedendo à tonalidade de cinza até a petrificação completa.

Imobilizada pelo choque, Illuria tentou desesperadamente alcançar sua amiga, em busca de um lampejo de vida, mas suas mãos encontraram apenas o toque frio da pedra. Foi somente ao ouvir o grito angustiado de Daedra Mayfair, sua própria irmã, ecoando pelo primeiro andar da escadaria, que Illuria rompeu seu estupor, como se despertasse de um pesadelo que agora se tornava realidade.

Não demoraram a transportar a garota para a enfermaria, subindo degrau por degrau, cada um encharcado pela água que escorria dos canos rompidos, até alcançarem o quarto andar, onde se encontrava o local de cuidados médicos. Assim que a colocaram na enfermaria, Daedra assumiu seu lugar ao lado da irmã, com a cabeça baixa em pesar, enquanto Illuria não pôde deixar de sentir seu coração apertar diante da angústia do rapaz. Mal havia começado o quarto ano letivo e já presenciavam o sofrimento dos amigos, um fardo pesado demais para suportar. Odiava ver aqueles que amava padecendo e sentir-se impotente para ajudá-los, enquanto a culpa corroía suas veias como um veneno insidioso.

Quando o auxiliar explicou que para trazer Sybilla de volta seria necessário o cruzamento e a interação de conhecimentos em medibruxaria, poções, herbologia e criaturas mágicas, um suspiro de esperança ecoou no coração de Illuria. Felizmente, ela não estava desamparada em sua busca, cercada por amigos cuja força emocional e determinação serviam de pilar para sua própria motivação em salvar a amiga. Assim, reunidos em uma determinação comum, Illuria, Daedra e Clemensia dirigiram-se à biblioteca, ávidos por encontrar informações sobre o possível motivo por trás da petrificação de Sybilla e pelo caminho que poderia levá-la de volta à normalidade.


Daedra Mayfair ergueu a varinha em cumprimento.

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QUARTO ANO - PARTE 1
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2003: RUNAS ANTIGAS


Novamente, o estrondoso eco que reverberava pelas antigas paredes do castelo foi percebido, desta vez momentos antes das aulas de runas antigas começarem. Illuria indagava a si mesma se seria possível desfrutar de um dia de tranquilidade em Hogwarts. Por fim, ela e seus colegas, Daedra Mayfair, Iris e Lucien Machand, Arkms D. Kaiser e Angrboda Jotunsdottir, perplexos, deixaram a sala de aula. Foram recebidos não apenas por mais ruídos e destroços, mas também por vestígios de sangue nas escadarias e na porta que levava à sala de runas. Determinados a evitar a repetição dos eventos que levaram à petrificação de Sybilla, não hesitaram em agir.

Optando por explorar, seguiram pelo caminho indicado pela porta à frente da sala de runas, que revelou uma passagem secreta conduzindo a um laboratório arruinado. Mesas viradas, livros de poções avançadas e de história da magia jaziam espalhados pelo chão. Illuria prontamente apropriou-se de alguns desses livros, ávida por desvendar os enigmas por trás da destruição do laboratório.

O laboratório exibiu uma progressão perturbadora de destruição, iniciando do fundo e se estendendo até a entrada. No âmago desse caos, cercada por móveis de cozinha desarrumados, uma banheira capturou imediatamente a atenção de Illuria. Ao redor, mesas continham ingredientes preciosos de poções, como pó de chifre de unicórnio e pele de araramboia picada, os quais Illuria prontamente acrescentou à sua coleção, enquanto refletia sobre quem poderia estar reunindo tais elementos para uma poção de polissuco e por quê.

Enquanto seus amigos e colegas trocavam teorias logo atrás, ela não podia se importar menos. Estava exausta de aventuras por passagens secretas e de buscar meios para escapar daqueles lugares. Não desejava enfrentar mais criaturas surgindo das paredes; apenas ansiava por um ano normal em Hogwarts. Por isso, optou por manter-se à margem e falar somente quando mencionada.

Ao virar-se para investigar os armários, Illuria foi envolvida por um calor intenso, forçando-a a desfazer o nó de seu cachecol. O calor persistente fez seu suor escorrer pelas têmporas e nuca, enquanto ela prosseguia em sua busca, ignorando a sensação de algo puxando-a para baixo. Pensando ser apenas uma ilusão causada pelo calor e suas noites mal dormidas, ela persistiu, até que uma voz misteriosa e quase melancólica sussurrou em seu ouvido, implorando por ajuda. Curvando-se para investigar, Illuria vasculhou sob o móvel à direita, mas nada encontrou.

Determinada a afirmar sua independência e evitar causar mais transtornos devido à sua falta de controle sobre os feitiços, Illuria optou por não convocar seus amigos para acompanhá-la na investigação. Enquanto o tom da voz aumentava em seus ouvidos, dirigiu-se aos armários da cozinha à esquerda, percebendo um desnível no ambiente. Ao olhar para trás, avistou apenas Iris e Daedra observando-a, e sorriu para eles antes de prosseguir em sua busca.

Inspirando profundamente, Illuria ergueu o véu que encobria um abismo profundo, revelando uma escadaria que se adentrava ao subsolo. Com firmeza, ela desceu, sendo acolhida pela escuridão úmida de uma caverna vazia. Seus olhos se adaptaram gradualmente à penumbra, enquanto uma aura de calor a envolvia e o ritmo suave da respiração ecoava no ambiente, imobilizando-a no lugar.

Não tinha noção do tempo que passou ali, imersa na escuridão, com a varinha trêmula em suas mãos. Somente rompeu o torpor quando um feitiço Lumos quase a ofuscou, revelando uma criatura adormecida diante dela. Era uma sombra pequena, recostada, quase do tamanho de um wyvern, segundo diziam. Suas costas ostentavam asas negras, e novamente a voz sussurrou em seu ouvido: "[i]Você veio, não veio?[/i]"

Pela primeira vez, Illuria foi tomada por uma curiosidade que transcendia o medo. Tanto que, quando a voz a chamou, deu um passo à frente, sussurrando à criatura que, sim, estava ali. Apesar de ter o corpo de uma serpente, a criatura ostentava plumas negras em vez de escamas, balançando suavemente a cada respiração profunda, como se dançasse ao ritmo do próprio mistério.

Enroscada no canto escuro da câmara, a criatura adormecida repousava, solitária e majestosa em sua grandeza.

Fascinada pela presença da criatura, Illuria mal percebeu quando ela despertou. A longa serpente, com semblante de lobo e chifres negros, primeiro dirigiu o olhar a Zaire Shacklebolt e, em seguida, fitou Illuria por um instante fugaz. Ela contemplou o corpo alongado da criatura, adornado por plumas negras, e então seus chifres. Não era o medo que a dominava, mas sim um sentimento de compaixão e empatia pela criatura solitária que, apesar de ter invadido seu espaço, parecia tão deslocada e desamparada.

A criatura serpenteou graciosamente em torno de seus pés, recuando lentamente até retornar ao seu ponto de partida. Com um movimento majestoso, abriu suas asas e alçou voo, desaparecendo no horizonte. Illuria experimentou uma mistura de mágoa e desapontamento ao perceber-se apenas um instrumento nas mãos da criatura, contudo, uma sensação de alívio a envolveu ao constatar que nenhum outro ser saiu ferido além dela própria e seu ego.

Illuria, ao deixar o local com seus amigos e sentindo-se profundamente envergonhada por ter causado preocupação a eles mais uma vez ao se lançar em um ambiente desconhecido, não pôde deixar de questionar se aquela era a criatura responsável por todos os estrondos, se fora ela quem estourara os canos, inundara a escadaria e petrificara Sybilla. Anteriormente, enquanto buscava na biblioteca informações sobre uma serpente capaz de transformar pessoas em pedra com Daedra e Clemensia, nunca lhe ocorreu que, em vez de escamas, a criatura poderia possuir penas.

Ou talvez não se tratasse do Basilisco tão buscado? Talvez fosse outra criatura habitando os recantos de Hogwarts, além do Basilisco? Uma criatura nascida dos experimentos em poções do laboratório? Ou até mesmo um bruxo polimorfizado controlando a criatura? Illuria retorna à sua comunal com essas dúvidas assombrando sua mente.


Lucien Marchand ergueu a varinha em cumprimento.

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FIM
DIÁRIO DE ILLURIA MORIOKA



2024


Se Illuria admitisse que não sente falta da adrenalina que pulsava quando o ano letivo se iniciava, estaria contando uma fábula. Anos se passaram desde que Hogwarts sucumbiu, Morgana e Niniane foram derrotadas, e Varré Avallaneda, seu fiel amigo, partiu em meio à batalha. Apesar das adversidades, ela ainda se deita à noite com pensamentos envoltos nos laços de amizade tecidos ao longo daqueles anos (e das rivalidades, também. Pois toda vez que avista uma cabeleira impecavelmente laqueada, Briseide Slughorn ecoa em suas memórias). Ela relembra das noites insones, compartilhando confidências com seus amigos da Sonserina no acolhedor salão comunal, ou das escapadas clandestinas para o Caldeirão Furado com sua turma, quando a escola estava sob o domínio de Le Fay.

Mesmo que todos tenham trilhado seus próprios caminhos, como Angrboda, que partiu para a Noruega para aprofundar seus estudos sobre runas, ou os Marchand, que seguiram rumos distintos, Iris e Caécius, juntos, tornaram-se proprietários de uma charmosa loja de adivinhações. Enquanto isso, Lucien (Illuria não tem certeza, mas parece que ele e seu parceiro) inaugurara uma requintada casa de chás no coração de Costworld.

Illuria, por outro lado, embora oficialmente mantenha-se em Londres, viaja frequentemente para o Oriente. Às vezes, para visitar o pai debilitado e agora aposentado, outras vezes, apenas para distrair-se, sempre acompanhada pelo seu parceiro, Daedra Mayfair. Em todas essas ocasiões, malas repletas de livros em kanji retornam com ela ao continente. Assim, Illuria se tornou o elo entre as magias bruxas do Ocidente e do Oriente, sendo até convidada para participar das relações internacionais dentro do Ministério, convite que recusou. Ela não desejava encontrar-se no mesmo lugar que seu pai, após todas as vezes que sofreu por causa dele e de suas ações.

Ela encontrava contentamento ao escrever livros sobre as diferentes formas de magia e como elas poderiam se comunicar. Essa prática, que remonta aos tempos em que seu grupo de amigos se autodenominava os Bastiões, entre as salas mais escondidas de Hogwarts e o depósito da biblioteca, continuou a fazer parte de sua vida mesmo após o fim da maldição de seus poderes, junto com Morgana e Niniane.

Falando nisso, os Bastiões em breve se reunirão, com todos os membros presentes. Agora, suas reuniões não são mais sobre preparar estratégias de como utilizar sua magia sem se ferirem, mas sim sobre lembrar aqueles que se foram e permaneceram em suas memórias. Comentam sobre a vida daqueles cujos nomes ainda recordam e compartilham o que estão fazendo em suas vidas. As reuniões agora não precisam mais ser escondidas, mudando frequentemente de localização.

Às vezes, conseguem se encontrar uma vez por ano, ou, se tiverem sorte, duas vezes. Mas uma coisa é certa, os Bastiões permanecerão juntos, enfrentando qualquer dificuldade que surja.

MEMBROS DO BASTIÃO

Angrboda Jotunsdottir.
Clemensia Bellehurst.
Iris Marchand.
Caécius Muspel.
Lucien Marchand.
Chester Marchand.
Varré Avallaneda.
Jensen Adams.
Daedra Mayfair.
Sybilla Mayfair.
Illuria Morioka.


Lucien Marchand ergueu a varinha em cumprimento.

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